Com a palavra, nossa diretora, Tânia de Chiaro

Meu aluno sabe os porquês daquilo que aprende?

Quando um professor adota um material didático, seus conteúdos e objetivos já estão colocados. Se, por um lado isso é positivo, pois organiza e oferece uma estrutura ao curso ministrado, por outro, pode tornar-se bastante impessoal se não o professor não conseguir envolver o aluno nos tópicos e assuntos pré-estabelecidos pelo material selecionado.

Entenda, penso que a utilização do material didático seja uma escolha positiva, ele pode oferecer uma linha de ação, um caminho. Estou apenas dizendo que o material didático estabelece metas de aprendizagem que o aluno pode não saber de que forma identificar como metas para si próprio.

Se o professor perguntar ao aluno qual é sua meta, seu objetivo, sua intenção com o curso, sua resposta será provavelmente algo bastante genérico como ‘aprender inglês’ ou ‘falar inglês’. Para conseguir uma resposta diferente, o professor poderia perguntar ao seu aluno algo como: dentro de seu contexto de vida, de trabalho, de estudo ou de interesses pessoais, de que forma você pode utilizar este conteúdo que está aprendendo? E por aqui, abrem-se possibilidades de criar práticas significativas para o aluno.

Vamos dar um exemplo: Suponhamos que o material didático escolhido traz, em determinado momento do curso, a apresentação e a prática do verbo can como forma de comunicar possibilidades e habilidades. Para você, assim como para o(s) autor(es) do material, esses conteúdos têm relevância e propósitos claros. Mas, pergunte-se: será que esta relevância e estes propósitos estão claros para o aluno? É possível que as razões dele possam ser diferentes? Não seria interessante que ele pudesse refletir sobre isso? Por que é relevante para ele aprender isso?  Para que serve? Você, como professor, acredita que essa reflexão poderia trazer uma motivação diferente para o seu aluno?

Sabemos que os alunos adultos, por exemplo, aprendem melhor se participam do processo de escolha daquilo que aprendem e se conseguem ver a utilidade daquilo que aprendem. No entanto, é muito provável que não consigam fazer isso sozinhos, pelo menos no começo... Talvez você, em seu papel de educador, possa ajudá-los. Você certamente não tem as respostas, mas ao trocar ideias com seu aluno, vai fazê-lo buscar suas próprias respostas.

Muitos livros didáticos trazem no início da seção ou do capítulo um resumo do que será ensinado, ou ao final, um quadro das habilidades que o aluno deverá ter alcançado. Essa parte do material pode ser uma ferramenta útil para o professor tornar seu aluno consciente do que será aprendido e nesse momento, oferecer a oportunidade para o aluno de refletir e colocar seus porquês e intenções naqueles conteúdos.

Acredito que um aluno que encontra seus porquês aprende mais motivado e mais focado.

E você, como ajuda os alunos a encontrarem seus porquês?

(Artigo editado, originalmente publicado no Blog Disal)

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